Confira o discurso de Greta Thunberg no Debate das mudanças climáticas no Senado Federal hoje

Ativista ambiental sueca participará de sessão virtual coordenada pelo presidente da Comissão de Meio Ambiente da Casa, Jaques Wagner (PT-BA)

A ativista ambiental sueca Greta Thunberg participou de sessão no Senado Federal, na sexta-feira (10), para debater o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado em 9 de agosto.

A ativista sueca Greta Thunberg, 18, culpou o governo brasileiro nesta sexta-feira (10) pela devastação da Amazônia. Em audiência pública realizada no Senado, ela atribuiu o aumento do desmatamento e das queimadas na região à política ambiental adotada no país.

Retrato fechado de Greta Thunberg de perfil, falando num microfone
Greta Thunberg fala em manifestação na Suíça em 17 de janeiro de 2020 – REUTERS/Pierre Albouy/File Photo

 

Sem citar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Greta classificou como vergonhosas as atitudes dos líderes do Brasil em relação à natureza e aos povos indígenas.

” O Brasil não começou essa crise, mas acrescentou muito combustível nesse incêndio. O Brasil não tem desculpas para não assumir sua responsabilidade. A Amazônia, os pulmões do mundo, agora está no limite e emitindo mais carbono do que consumindo por causa do desmatamento e das queimadas. Isso está acontecendo enquanto nós assistimos, isso está sendo diretamente alimentado pelo governo. O mundo não pode arcar com o custo de perder a Amazônia”, disse a jovem.

A Amazônia ajuda a regular o clima global, mas a expressão “pulmão do mundo”, frequentemente utilizada, não está correta.

É fato, porém, que há o desmatamento vem crescendo na região. Em agosto, a Amazônia registrou mais de 28 mil focos de queimadas —o terceiro pior resultado para o período nos últimos 11 anos. Os números, disponibilizados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), só ficaram atrás dos registrados em 2019 e 2020, os dois primeiros anos do governo Bolsonaro.

A ativista defendeu ainda as causas dos povos indígenas e lembrou que muitos estão sendo ameaçados e mortos no Brasil e em outros países.

“Esses acontecimentos no Brasil têm colocado em risco essa população e a própria Floresta Amazônica”, afirmou.

Greta falou por aproximadamente cinco minutos durante sessão promovida pela Comissão de Meio Ambiente para debater o último relatório do IPCC (sigla em inglês para Painel Intergovernamental de Mudança do Clima da ONU).

Confira o discurso completo de Greta Thunberg no Senado Federal Brasileiro:

Pela primeira vez, o estudo quantificou o aumento da frequência e da intensidade dos eventos extremos ligados às mudanças climáticas.

A ciência climática já previa nas últimas décadas o aumento de eventos extremos, como tempestades, enchentes, furacões, ciclones, secas prolongadas e ondas de calor.

Agora, com modelos computacionais mais modernos, passou a ser possível atribuir o grau de influência das alterações do clima nesses eventos, calculando-se quantas vezes mais frequentes e mais intensos eles se tornam em função do aquecimento global.

Para o Brasil, o relatório projeta aumento das chuvas fortes no Centro-Sul, com grandes volumes de água concentrados em até cinco dias de chuva, enquanto o Nordeste e a Amazônia devem sofrer com períodos secos mais prolongados.

Num cenário de aquecimento global de 4ºC, o país também deve ver alterações mais marcantes no volume de precipitação anual, que fica mais escasso na região Norte e mais volumoso no Sul e Sudeste.

Na região que abrange o Norte, Centro-Oeste, Sudeste e parte do Nordeste, há estimativas de aumento de secas agrícolas e ecológicas para meados do século, em um cenário de aquecimento global de 2°C. Com a aridez, também se espera o aumento de climas propícios para incêndios, com impactos para os ecossistemas, a saúde humana, a agricultura e a silvicultura.

Na Amazônia, o número de dias por ano com temperaturas máximas superiores a 35°C aumentaria em mais de 150 dias até o final do século no cenário de aquecimento global superior a 4°C, enquanto se espera que aumente em menos de 60 dias no cenário de aquecimento limitado a 2°C.​​​

Fonte: Folha


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Lucas Monteiro

Engenheiro Florestal com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho e em Perícia e Auditoria ambiental . Formação de Auditor nos sistemas ISO 9001, ISO 14001 e ISO 45001 e FSC® (FM/COC). Experiência em Due Diligence Florestal, mitigação de riscos ambientais e Cadeia de suprimentos da Madeira para mercados internacionais (EUDR e Lacey Act).

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