Brasil tem 3209 espécies de plantas em risco de extinção

As florestas no Brasil vem sendo explorada de forma predatória e sem precedentes.

De acordo com dados do sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), de alertas de desmatamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Pará não tem nenhum município na lista dos 10 que mais desmataram a Amazônia no mês de fevereiro de 2023.
Desmatamento Reprodução: Internet

Nos últimos anos tivemos inúmeros garimpos ilegais por toda a Floresta Amazônica, onde áreas inteiras foram disseminadas, resultado que custou vidas de indígenas e contaminação de rios por mercúrio.

Sem contar o desmatamento para expandir as áreas de criação de gado e expansão para o cultivo de soja e milho. Feita por grupos criminosos de fazendeiros, onde o governo federal passava pano para que o crime ocorresse.

Nossos órgãos ambientais foram desmanchados, deixando-os a Deus dará, comandado por pessoas incapazes, o que resultou em um crescimento exponencial do desmatamento. Isso apenas falando da Amazônia, sem contar a falta de legislação ambiental para a proteção do Cerrado que vem sendo massacrado.

Tivemos o caso da queimada no Pantanal, fato que ocorreu e que foi um absurdo, comoveu boa parte do Brasil.

sem verba contra incêndios
Incêndio no Pantanal (Foto: Buda Mendes/Getty Images)

A Caatinga nem legislação correta tem para a exploração desse Bioma, é um joga pra lá e pra cá, que no fim, os interessados fazem o que quer, pois a politica ambiental é totalmente desconhecida, até mesmo para os órgãos dos estados no qual ela faz parte.

E no que isso tudo poderia culminar? Em algo bom que não seria.

Temos uma lista atualizada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) de 2022 com 3.209 espécies em algum grau de risco de extinção. Esse documento foi publicado em 08/06/2022 pelo Diário Oficial da União, Portaria MMA nº 148/2022.

Essa lista é a base para qualquer projeto que envolva a supressão de árvores, pois quando há uma espécie que consta nesse documento, medidas devem ser tomadas para a preservação.

Como tudo, quem faz o desmatamento ilegal, pouco está se importando para plantas que estão em risco de extinção, principalmente para espécies da fauna. Pois é bom lembrar, que por de baixo de todas as árvores, tem tantas vidas quanto um dossel florestal.

No levantamento anterior (2014), constava que 2.113 árvores estavam em risco de extinção. A lista atual não envolve apenas árvores e sim outras plantas como palmeiras, plantas aquáticas, bromélias, orquídeas e gramíneas.

De acordo com o estudo realizado Associação Internacional de Jardins Botânicos para Conservação (BGCI, em Inglês), o Brasil é o pais com maior variedade de espécies com 8.847,  sendo que eles consideram que temos 1.788 espécies em risco de extinção.

A capacidade do Brasil e de outros países com grandes áreas verdes de proteger ou não os seus biomas é um dos elementos de preocupação dos países membros da União Europeia
Áreas de Floresta Amazônica :. Reprodução: Internet

Algumas espécies arbóreas que estão em risco de extinção

  1. Pau-brasil (Caesalpinia echinata): Essa árvore é uma espécie símbolo do país e deu nome ao Brasil. Foi amplamente explorada durante o período colonial por sua madeira de alta qualidade, o que levou à sua quase extinção.
  2. Mogno (Swietenia macrophylla): O mogno é uma árvore de madeira nobre e também foi amplamente explorado. A degradação do seu habitat natural e a exploração madeireira intensiva colocaram a espécie em perigo.
  3. Imbuia (Ocotea porosa): A imbuia é uma árvore nativa da Mata Atlântica e possui uma madeira valiosa. A exploração descontrolada e o desmatamento das florestas tropicais têm levado a uma redução significativa na população dessa espécie.
  4. Jequitibá-rosa (Cariniana legalis): O jequitibá-rosa é uma das maiores árvores da América Latina, podendo atingir mais de 50 metros de altura. É uma espécie ameaçada devido à destruição do seu habitat e ao corte ilegal para obtenção de sua madeira.
  5. Araucária (Araucaria angustifolia): A araucária é uma árvore de grande porte que ocorre principalmente na região sul do Brasil. A exploração madeireira, a conversão de áreas florestais em plantações e a urbanização têm contribuído para a sua diminuição.
  6. Jacarandá-da-Bahia (Dalbergia nigra): Essa árvore é conhecida por sua madeira escura e resistente. A exploração madeireira irresponsável resultou em seu risco de extinção.
  7. Peroba-rosa (Aspidosperma polyneuron): A peroba-rosa é uma árvore de madeira nobre encontrada principalmente na Mata Atlântica. O desmatamento e a exploração madeireira excessiva colocaram essa espécie em perigo.
  8. Angelim (Hymenolobium spp.): O gênero Hymenolobium inclui várias espécies de árvores conhecidas como angelim, que possuem madeira resistente e são alvo da exploração madeireira. A degradação do seu habitat e a extração ilegal ameaçam sua sobrevivência.
  9. Ipê (Handroanthus spp.): O ipê é um gênero de árvores conhecido por suas flores coloridas e madeira valiosa. Diversas espécies de ipê estão ameaçadas devido à exploração madeireira e ao desmatamento.
  10. Cedro (Cedrela spp.): O gênero Cedrela engloba várias espécies de árvores conhecidas como cedro, valorizadas por sua madeira de qualidade. A exploração madeireira intensa e o desmatamento levaram várias espécies de cedro a serem consideradas ameaçadas.
  11. Canela-preta (Ocotea pretiosa): Essa árvore, também conhecida como canela-sassafrás, é endêmica da Mata Atlântica e apresenta madeira de alta qualidade. O desmatamento e a exploração madeireira impactaram negativamente sua população.
  12. Cabreúva (Myroxylon peruiferum): A cabreúva é uma árvore nativa do Brasil, cuja madeira é valorizada pela indústria moveleira. A exploração desenfreada e a perda de habitat a colocam em risco.

Essas são apenas algumas, para saber mais, acesse o link da lista oficial de 2022.

Fonte: BGCI | Botanic Gardens Conservation International; MultiRio; Estadão; SNIF – Espécies Florestais.

 


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Arthur Brasil

Engenheiro Florestal formado pela FAEF. Especialista em Adequação Ambiental de Propriedades Rurais. Contribuo para o Florestal Brasil desde o inicio junto ao Lucas Monteiro e Reure Macena. Produzo conteúdo em diferentes níveis.

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