Brasil perde apoio do Banco Mundial para implementar mercado de carbono

O país perdeu mais uma chance de receber ajuda para implantar um verdadeiro mercado de carbono. Até o ano passado, o Banco Mundial apoiou estudos e muitas reuniões com especialistas e setores industriais para desenhar o que seria um mercado cap-and-trade. O resultado de uma fase que levou quase dez anos, é uma pasta com relatórios mostrando o que pode, o que deve ser feito e quem estaria envolvido. O passo seguinte seria pôr a mão na massa.

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Fonte: viridisblog.

Na semana passada, o Banco Mundial escolheu os oito países mais adiantados para seguir adiante. Chile, Colômbia e México estão na lista por terem um marco regulatório e legal já estruturado. “O que não é o caso do Brasil”, disse Alexandre Kossoy, do Banco Mundial, à Folha.

Muita gente ouve falar em mercado de carbono e logo pensa em vender créditos. Esses créditos são uma parte pequena do mercado que opera com permissões e obrigações. É essa parte que o governo parece não dar importância. Pior, dois conhecidos negacionistas foram destaque em um evento promovido pelo instituto do general Villas-Boas com o apoio da CNI, o qual contou com a presença do vice-presidente e do ministro da infraestrutura. A notícia saiu no Estadão.

Veja: Santander fala sobre a 1ª prestação de conta do setor financeiro sobre o meio ambiente.

Enquanto o mercado não vem, a Folha conta que o que se vê é a proliferação de compromissos de empresas em reduzir emissões e de atingir o net zero, a neutralidade climática. A respeito destas metas, José Eli da Veiga, no Valor, conta das denúncias quanto à fragilidade desses compromissos. Falando sobre as informações que empresas prestaram à TCFD (Força-Tarefa para Divulgações Financeiras Relacionadas às Mudanças Climáticas), José Eli comenta um trabalho recente que apontou que “os níveis de maquiagem dos dados entregues à TCFD são bem mais assustadores do que se poderia supor.” O trabalho mostrou que 75% das empresas americanas se arriscam a fraudar os dados e no Japão chegam a 84%. A média dos países do G-20 ficou em 95%.

O que é o crédito de carbono?

A partir da assinatura do Protocolo de Kyoto em 1997, foi criado um mercado para a redução de gases de efeito estufa atribuindo um valor monetário para a redução da poluição. O nome do sistema ficou conhecido como MDL – Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, promovido pela ONU.

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Fonte: viridisblog.

Os países signatários do acordo, têm metas estabelecidas de redução. Quando recebem seus créditos, podem comercializar estes certificados para nações ou empresas que não conseguiram reduzir suas emissões.

Apesar da dificuldade de alguns países em cumprir a redução de emissão, especialistas afirmam que do ponto de vista do ecossistema, o importante são os esforços para a redução dos gases poluentes no planeta, independente das fronteiras políticas.

Sendo assim, o mercado de carbono permite que um país adquira reduções de emissão geradas em outro país para atingir seus próprios objetivos.

As metas do acordo inicial foram ampliadas e atualizadas na conferência da África do Sul em 2011. Foi estabelecido que os países desenvolvidos terão até 2020 para ampliar os cortes em uma faixa entre 25% e 40%, tendo como base os níveis os níveis de 1990.

Fonte: climainfo.org.br; Viridis.


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Arthur Brasil

Engenheiro Florestal formado pela FAEF. Especialista em Adequação Ambiental de Propriedades Rurais. Contribuo para o Florestal Brasil desde o inicio junto ao Lucas Monteiro e Reure Macena. Produzo conteúdo em diferentes níveis.

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