Um estudo recente conduzido por cientistas da NASA e da Smithsonian Institution revelou que alterações na coloração das folhas das árvores ao redor do vulcão Etna, na Sicília, podem servir como indicadores precoces de atividade vulcânica. Utilizando imagens de satélite, os pesquisadores observaram que o aumento na emissão de dióxido de carbono pelo vulcão influencia a fotossíntese das árvores, tornando-as mais verdes e vibrantes.

É possível medir a concentração de dióxido de carbono in situ: nesta fotografia, Alexandria Pivovaroff, do Occidental College, mede a fotossíntese em folhas extraídas de árvores expostas a níveis elevados deste gás perto de um vulcão na Costa Rica. Porém, não raras vezes a zona circundante de certos vulcões é de difícil acesso e as imagens de satélite podem auxiliar os cientistas a monitorizar as alterações na vegetação perto de vulcões e, consequentemente, alertar mais cedo a população para as erupções.
O projeto, denominado AVUELO (Airborne Validation Unified Experiment: Land to Ocean), analisou dados de satélites como o Landsat 8, Terra (NASA) e Sentinel-2 (Agência Espacial Europeia) para monitorar essas mudanças na vegetação.
A técnica foi inicialmente testada no Monte Etna, onde as árvores demonstraram respostas visíveis ao aumento de gases vulcânicos antes das erupções. Essa abordagem oferece uma ferramenta adicional para prever erupções, especialmente em regiões de difícil acesso para medições diretas.

Embora promissora, a metodologia apresenta limitações. A eficácia depende da presença de vegetação abundante e da sensibilidade das espécies arbóreas aos gases emitidos. Além disso, fatores como incêndios florestais e mudanças climáticas podem interferir nas observações. Apesar disso, o estudo destaca o potencial das árvores como bioindicadores naturais, contribuindo para sistemas de alerta precoce em áreas vulcânicas.
Com mais de 500 milhões de pessoas vivendo próximas a vulcões ativos no mundo, métodos inovadores como este são essenciais para aprimorar a segurança e a preparação das comunidades vulneráveis.
Fonte: NatGeo.
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