Estudos já demonstraram que, quando o solo está submerso, as árvores situadas em áreas alagáveis da Amazônia podem atuar como “chaminés” de gás metano (CH4) para a atmosfera terrestre. Mas é possível que elas também tenham um papel significativo nas emissões regionais de CH4 mesmo quando as planícies não estão inundadas, sugere uma pesquisa publicada na revista científica Philosophical Transactions of the Royal Society nesta segunda-feira (6).
Estudos já demonstraram que, quando o solo está submerso, as árvores situadas em áreas alagáveis da Amazônia podem atuar como “chaminés” de gás metano (CH4) para a atmosfera terrestre. Mas é possível que elas também tenham um papel significativo nas emissões regionais de CH4 mesmo quando as planícies não estão inundadas, sugere uma pesquisa publicada na revista científica Philosophical Transactions of the Royal Society nesta segunda-feira (6).
Como isso acontece e por que os dados importam
Em áreas úmidas onde não há árvores, o metano normalmente é consumido pelo solo antes de chegar à superfície. Em pântanos úmidos florestados, no entanto, os pesquisadores sugerem que as raízes das espécies arbóreas poderiam estar levando o gás “de carona” para a atmosfera. Ele seria ventilado para a superfície a partir dos troncos das árvores, mesmo quando produzido vários metros abaixo do nível do solo.
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Mas por que isso importa? O metano é um dos principais gases de efeito estufa. Os modelos de medição do gás normalmente presumem que, nos pântanos, ele só é produzido quando o solo está completamente inundado e submerso.
Por isso, os resultados do estudo podem ajudar a melhorar os modelos de quantificação do gás, que poderiam estar subestimando o papel das emissões de CH4 para além das terras inundadas em ecossistemas como a bacina amazônica mundo afora.
Trata-se de um processo natural. E isso não significa que as árvores são ruins para o clima e deveriam ser cortadas. Na verdade, na maioria dos casos, estima-se que sua capacidade de armazenamento de carbono supera facilmente suas emissões de metano.
“Nossos resultados mostram que as atuais estimativas de emissões globais estão perdendo uma parte crucial do panorama”, avalia Vincent Gauci, professor da Escola de Geografia, Ciências da Terra e Ambientais da Universidade de Birmingham e principal autor da investigação, em nota. “A partir de agora, precisamos desenvolver modelos e métodos que levem em consideração o papel significativo desempenhado pelas árvores na emissão de metano em áreas úmidas”.
Fonte: Revista Galileu
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