Angola e a Incrível e gigantesca floresta do Maiombe

Angola e alguns vizinhos, tem o privilégio de ostentar uma das maiores florestas do mundo e a Segunda maior floresta tropical do planeta! A floresta do Maiombe.

A Incrível e gigantesca floresta do Maiombe / Imagem: Internet

Angola! localizada no sul da África, é um país de beleza diversificada, com paisagens que vão desde praias deslumbrantes ao longo da costa do Atlântico até planaltos e savanas no interior. E Sua capital nacional, se chama Luanda.

Angola é rica em recursos naturais, incluindo petróleo, diamantes e algumas similaridades com os Brasileiros que já falaremos aqui e que vão além dos diversos desafios político-econômicos que esse incrível país passou.

Uma dessas semelhanças que é bem interessante, é que esse país também já foi uma colônia portuguesa e conquistou a sua independência de Portugal em 1975, processo que foi logo sucedido por uma guerra civil que durou décadas e tem sequelas ainda muito recentes. Hoje, no entanto, Angola é uma república com um sistema presidencial e economia em crescimento, impulsionada principalmente pelo setor petrolífero. Sua cultura é diversificada, refletindo uma mistura de influências africanas de maneira geral, europeias e claro, de suas diversas tribos.

O país está empenhado em promover a estabilidade política e o desenvolvimento sustentável à medida que busca aproveitar ao máximo seus recursos naturais, recursos naturais que por sinal é um dos itens principais que vou falar aqui nesse vídeo, o que faz desses angolanos ainda mais parecidos com os Brasileiros.

Angola e alguns vizinhos, tem o privilégio de ostentar uma das maiores florestas do mundo e a Segunda maior floresta tropical do planeta! A floresta do Maiombe

A majestosa Floresta do Maiombe, situada em Angola é um verdadeiro tesouro verde da África. Esta floresta exuberante é rica em biodiversidade e recursos naturais, mas também enfrenta desafios e polêmicas que merecem nossa atenção. Neste vídeo, vamos explorar os principais produtos florestais do Maiombe e as questões que envolvem essa maravilha natural.

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Ela abrange três países africanos: Angola, República do Congo e Gabão. A parte angolana, a maior de todas, abrange cerca de 36.000 km² e é conhecido por sua rica biodiversidade, abrigando uma variedade de espécies de plantas e animais.

Espécies ameaçadas, como o gorila-de-planície-ocidental vivem aqui no Maiombe também e está ‘criticamente em risco’, depois que foi descoberto que a principal subespécie, o gorila ocidental das terras baixas, foi dizimada pela caça e pelo vírus Ebola.

Sua população diminuiu em mais de 60% nas últimas décadas, sendo que um terço da população em áreas de conservação foi morta pelo Ebola.

Além dessa espécie de primata, também o elefante-da-floresta que já perderam bastante de seu território e hoje ocupam apenas 25% de seu território original, devido a caça furtiva em busca de algo para alimentar um comércio ilegal e fútil, o comércio de marfim! E essa espécie também encontra refúgio aqui, acho que podemos até lembrar da animação do Tarzan, que podíamos ver Elefantes e Gorilas juntos pela floresta.

Essa floresta é considerada ainda o segundo Pulmão do mundo, e por conta de queimadas e do desmatamento predatório que ocorre aos moldes do que ocorre também na Amazônia, podemos considerar que temos no planeta um belo pulmão de um fumante compulsivo.

A desflorestação de muitas florestas virgens de Angola tem ocorrido de forma descontrolada nos últimos anos, com uma taxa anual de 0,8% sendo a floresta do Maiombe, um exemplo disso.

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A falta de espaço para a construção de habitações, a construção de aterros sanitários, de escolas e estradas, o aumento do consumo de lenha e carvão, a caça, extração seletiva de madeira, o enriquecimento ilícito através da extração da madeira por abate ilegal de árvores e a necessidade de obtenção de terras aráveis por parte dos agricultores, que não respeitam as diretrizes das instituições que zelam pelo controle e preservação dos recursos florestais tem contribuído para um desequilíbrio na regeneração natural, que em condições normais, o ecossistema dessa região proporciona uma rápida recuperação.

Angola e alguns vizinhos, tem o privilégio de ostentar uma das maiores florestas do mundo e a Segunda maior floresta tropical do planeta! A floresta do Maiombe.
Floresta do Mayombe engloba países vizinhos de Angola, aos moldes da Floresta Amazônica.

Um estudo feito em parceria entre as Universidade do Algarve de Portugal e o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação de Angola, intitulado “Monitorização por satélite da desflorestação da floresta do Maiombe em Cabinda, Angola nos últimos 33 anos” teve como objetivo a monitorização da biomassa num período de 33 anos (1986-2019) e a estimação da fixação do carbono entre 2015 e 2019 na floresta do Maiombe na província de Cabinda, com base em técnicas de Deteção Remota cuja a obtenção das imagens passou por um processo demorado e desafiador, uma vez que se tratava de uma região de elevada umidade e as imagens disponíveis estavam praticamente encobertas por nuvens. No caso das imagens ou cenas utilizadas, foram as do satélite Landsat e  foram selecionadas as capturas do Landsat 5 de 22 de maio de 1986, do Landsat 8 em 15 de fevereiro de 2015 e 9 de novembro de 2019, uma vez que eram as únicas com uma cobertura de nuvens inferior a 20%.

A partir das imagens Landsat foram determinados os índices de Vegetação da Diferença Normalizada (NDVI), de Refletância Fotossintética (PRI) e Fluxo de Dióxido de Carbono (CO2flux).

Com base nos levantamentos apontados pelo estudo foi possível delimitar que neste período de 33 anos, a taxa de desflorestação anual média foi de 0,11 % e de reflorestação de 0,02%.

De acordo com os dados disponíveis sobre a produção de madeira nos anos de 2016, 2018 e 2019, a província de Cabinda se destaca como o principal produtor, contribuindo com mais de 30% da produção total nesses três anos. Em janeiro de 2018, o governo de Angola tomou a decisão de suspender todas as concessões de exploração de madeira com o objetivo de revisar as políticas de controle.

Nesse contexto, observou-se um aumento notável na expansão das cidades, como Belize e Buco Zau, acompanhado pela construção de novas estruturas, o que resultou em um significativo aumento das áreas de corte florestal, muitas das quais possuem alta sensibilidade ambiental. No entanto, o maior desafio enfrentado é a extração de madeira realizada de forma desordenada e clandestina.

Em um artigo publicado pelo Jornal de Angola em 27 de outubro de 2016, já foram feitas denúncias sobre atividades ilegais de corte de madeira, principalmente envolvendo cidadãos da República Democrática do Congo, frequentemente com a conivência de autoridades locais, na região de Ncaso. As zonas de maior desflorestação é na sua maioria, áreas urbanas Buco Zau, Necuto, Belize, Ncaso, junto às vias de comunicação e ao longo da fronteira da República do Congo e da República Democrática do Congo.

Angola tem trabalhado para promover a certificação de manejo florestal sustentável. Empresas que cumprem os padrões estabelecidos por sistemas de certificação, como o FSC (Forest Stewardship Council), podem obter selos de certificação que atestam a sustentabilidade de suas práticas.

. Em janeiro de 2018, o governo de Angola tomou a decisão de suspender todas as concessões de exploração de madeira com o objetivo de revisar as políticas de controle.
A floresta do Maiombe possui espécies madeireiras de alto interesse internacional como; o pau-preto (Dalbergia melanoxylon), ébano (Diospyros Tesselaria) e o sândalo africano (Spirostachys africana).

O uso de tecnologia, como sistemas de informação geográfica (GIS) e etiquetagem por código de barras, é empregado para rastrear a madeira desde a sua origem até o mercado. Esses sistemas permitem um acompanhamento preciso e a verificação de todas as etapas da cadeia de suprimentos, que envolvem por exemplo, espécies madeireiras de alto interesse internacional como; o  pau-preto (Dalbergia melanoxylon), ébano (Diospyros Tesselaria) e o sândalo africano (Spirostachys africana).

Segundo outro estudo intitulado, “CARACTERIZAÇÃO DA COLHEITA FLORESTAL EM CABINDA, ANGOLA”, de Alfredo Gabriel Buza, que foi realizado em 2006 e mostrou que naquele período,  A exploração florestal de forma comercial em Cabinda estava estreitamente limitada à extração de madeira. O enclave de Cabinda é o maior fornecedor de madeira em Angola. Grande parte dessa madeira (85%) é exportada. Das 91 licenças emitidas no período de 1996-2000 pelo IDF/Cabinda, apenas uma objetivava a extração de lenha demonstrando que a visão comercial e empresarial para com a floresta, na atualidade, se baseia na extração de madeira. Nenhuma importância havia sido atribuída aos produtos florestais não madeireiros até o momento de levantamento dos dados para esse estudo.

O governo angolano tem realizado a fiscalização das atividades de exploração e transporte de madeira através de agências responsáveis. Isso inclui a verificação de documentos, inspeções de campo e a imposição de penalidades por atividades ilegais.

Angola também tem colaborado com organizações internacionais, como o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), para melhorar a gestão florestal e combater o comércio ilegal de madeira.

A conscientização pública sobre a importância da conservação florestal e os impactos do desmatamento ilegal é promovida para envolver a sociedade na proteção das florestas.

O controle e rastreabilidade da madeira nativa em Angola são desafios contínuos, mas medidas como as mencionadas anteriormente são fundamentais para garantir a sustentabilidade das florestas do país e proteger seu valioso patrimônio natural. A implementação eficaz dessas medidas é essencial para combater o desmatamento ilegal e promover a conservação das florestas angolanas.

E tem muito mais sobre o Maiombe que não dá pra falar em um pequeno texto, tem montanhas incríveis, rios incríveis e muita biodiversidade pra conhecer.

Então se tu estais querendo sair do roteiro tradicional e quer uma experiência que envolve muita natureza e cultura, já corre na tua agencia de viagem e te manda pra Angola.

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Reure Macena

Engenheiro Florestal, formado pela Universidade do Estado do Pará (UEPA), Especialista em Manejo Florestal e Auditor Líder - Sistema de Gestão Integrada (SGI). Um parceiro do Florestal Brasil desde o início, compartilhando conhecimento, aprendendo e buscando sempre a divulgação de informações que somem para o desenvolvimento Sustentável do setor florestal no Brasil e no mundo.

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