Amazon vai restaurar florestas na Amazônia do País em ação de remoção de carbono

A Amazon anunciou, nesta quinta-feira, 2, que pretende investir em projetos de remoção de carbono na floresta amazônica. Em parceria com a ONG The Nature Conservancy, a gigante do comércio online prometeu restaurar áreas florestais e criar fontes de renda mais sustentáveis para pequenos agricultores no Pará.

Segundo a companhia, a primeira rodada de investimentos apoiará 3 mil pequenos fazendeiros e irá revitalizar 20 mil hectares de florestas em três anos. Os esforços devem retirar 10 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono da atmosfera até 2050, pelos cálculos da empresa.

A iniciativa foi batizada de “Acelerador de Restauração Agroflorestal” e financiará fontes de rendas sustentáveis para agricultores por meio da venda de cacau e outras culturas.

“Restaurar as florestas do mundo é uma das ações mais significativas que podemos tomar agora para lidar com a mudança climática e exigirá soluções inovadoras para ter sucesso”, disse a vice-presidente de sustentabilidade mundial da Amazon, Kara Hurst.

Um dos focos da parceria é criar alternativas de fonte de renda mais sustentáveis para agricultores no estado do Pará

O ICRAF (World Agroforestry) e várias outras organizações da sociedade civil brasileira também vão apoiar o projeto, ajudando agricultores familiares a restaurarem áreas de pastagens e outros sistemas produtivos degradados com investimento em florestas nativas e sistemas agroflorestais, que proporcionarão aos agricultores uma fonte sustentável de renda por meio da venda de cacau e de outros tipos de produtos agroflorestais.

“O Pará abriga 9% da floresta tropical do mundo, mas está enfrentando taxas de desmatamento sem precedentes. Perdeu 1.300 hectares por dia no ano passado”, conta Jennifer Morris, CEO da TNC. “Nos últimos 13 anos, pequenas fazendas no Pará foram responsáveis por uma média de 40% do desmatamento no estado. Por 20 anos, a TNC tem trabalhado com agricultores familiares, líderes comunitários, com o governo e povos indígenas para identificar e implementar soluções que ajudem as pessoas e a natureza a prosperarem. Esta nova parceria com a Amazon nos permitirá fornecer os recursos e assistência técnica necessários para o avanço do programa.”

Além do apoio à subsistência das comunidades locais no Brasil, a gigante de tecnologia vai trabalhar para a remoção de carbono da atmosfera ao investir em soluções baseadas na natureza. O objetivo é a captura de até 10 milhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono até 2050 – o equivalente a um ano de emissões produzidas por dois milhões de carros.

Para a Amazon, não faria sentido investir nesse projeto e não descarbonizar sua própria estrutura. Sendo assim, nos últimos meses a companhia adquiriu 100 mil veículos de entrega elétricos e é umas das empresas que mais compra energia renovável no mundo. Além disso, faz parte da recém-anunciada Coalizão LEAF (“Lowering Emissions by Accelerating Forest Finance”, “Diminuindo as Emissões ao Acelerar o Financiamento Florestal”, em português), uma iniciativa público-privada para mobilizar pelo menos US$ 1 bilhão para proteger as florestas tropicais do mundo.

“Devemos somar nossos esforços para atingirmos o que talvez seja o objetivo do século: desenvolver nossas economias e garantir renda às pessoas, ao mesmo tempo em que preservamos e restauramos a floresta”, comenta  Helder Barbalho, governador do Pará. “O estado do Pará está pronto para este desafio e nossa estratégia está bem clara no plano Amazônia Agora, onde assumimos o compromisso de ser carbono neutro até 2036 através da redução do desmatamento e da promoção da restauração florestal.”

Fonte: Forbes / Diario do Grande ABC


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Lucas Monteiro

Engenheiro Florestal com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho e em Perícia e Auditoria ambiental . Formação de Auditor nos sistemas ISO 9001, ISO 14001 e ISO 45001 e FSC® (FM/COC). Experiência em Due Diligence Florestal, mitigação de riscos ambientais e Cadeia de suprimentos da Madeira para mercados internacionais (EUDR e Lacey Act).

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