O agravamento da crise climática, juntamente com o fenômeno El Niño, aumenta o risco de incêndios e secas no Pantanal, um bioma já afligido por frequentes queimadas, como já ocorre na Amazônia.
O Pantanal é uma região moldada pelo encontro de diversos biomas, incluindo a Amazônia, o Cerrado e a Mata Atlântica. Portanto, as condições e eventos que ocorrem nesses biomas vizinhos podem exercer um impacto significativo na situação do Pantanal.
Especialistas entrevistados pelo g1 destacam que a extrema seca na Amazônia e o aumento de incêndios naquela região elevam consideravelmente a probabilidade de uma temporada de queimadas e seca mais severa no Pantanal. Esses eventos extremos em ambos os biomas estão intrinsecamente relacionados ao agravamento das mudanças climáticas, agravado pelo El Niño, conforme explicam os cientistas.
A escassez de chuvas na Amazônia resulta em menos água nos rios e igarapés, diminuindo a evaporação. Isso, por sua vez, tem implicações diretas para o Pantanal, localizado na região do Centro-Oeste, que pode sofrer com uma redução nas precipitações devido à menor umidade atmosférica.
O biólogo Gustavo Figueirôa, um dos diretores da ONG SOS Pantanal, ressalta que a redução na evaporação de água na Amazônia, que fornece água para o Centro-Oeste, e a diminuição das matas ciliares no Cerrado, onde nascem os rios que abastecem o Pantanal, tornam inevitável o aumento da seca na região. Vários fatores resultantes da atividade humana estão comprometendo a capacidade do Pantanal, que depende da entrada de água externa.
As consequências já se fazem sentir, com um aumento de 20% nos focos de incêndio no Pantanal em outubro, conforme relatado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Isso ocorreu antes mesmo do final do mês e representa um aumento em relação a outubro do ano anterior. Até o momento, houve 1.436 registros de incêndios que consumiram uma área equivalente a mais de duas vezes o tamanho da cidade do Rio de Janeiro.
Os incêndios também afetaram o Parque Estadual Encontro das Águas, que abriga a maior população de onças-pintadas do mundo. Os bombeiros de Mato Grosso estão usando aviões para combater as chamas em áreas de difícil acesso por terra, e até o momento, não foram relatadas mortes de felinos nessa região crítica.
Fonte: Clima Info
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