A planta marinha mais antiga do mundo foi descoberta no Mar Báltico. Com 1.400 anos, essa espécie surgiu durante o período das Invasões Bárbaras, que ocorreram entre 375 d.C. e 700 d.C.. A descoberta foi detalhada em um estudo publicado na revista Nature Ecology & Evolution na última segunda-feira (10).
A idade da alga marinha foi determinada por uma equipe internacional liderada pelo professor Dr. Thorsten Reusch, do Centro Helmholtz de Pesquisa Oceânica, na Alemanha, utilizando um relógio genético.
“A reprodução vegetativa como um modo alternativo de reprodução é comum nos reinos animal, fungi e plantae”, explica Reusch, que também é professor de ecologia marinha no Centro Helmholtz, em comunicado. Essas espécies “clones” produzem uma prole geneticamente semelhante ao se ramificarem, muitas vezes atingindo o tamanho de um campo de futebol.
A idade e a longevidade das espécies clone preenchem uma importante lacuna no conhecimento sobre habitats marinhos. Muitas dessas espécies podem se reproduzir vegetativamente, tornando seus clones ainda maiores. A produção contínua de fragmentos do “clone original” que são geneticamente idênticos, mas fisicamente separados, pode indicar que idade e tamanho são dissociados nessas espécies.
O processo utilizado pelos cientistas envolve a acumulação de mutações que desenvolvem um relógio molecular capaz de determinar a idade de qualquer clone com precisão. A técnica foi aplicada em uma base de dados de algas da espécie Zostera marina, do Pacífico ao Atlântico e Mediterrâneo.
No norte da Europa, foram detectados vários clones com centenas de anos — o mais antigo tinha 1.402 anos e veio do Mar Báltico. O espécime de capim-enguia impressionou por sua resiliência, sobrevivendo em um ambiente rigoroso e variável.
“Esses dados são essenciais para resolver um dos maiores enigmas de longo prazo na conservação genética: por que grandes clones podem persistir apesar de ambientes variáveis e dinâmicos”, observa Reusch.
Planta pequena e rara é o ser vivo com o maior genoma do mundo | Florestal Brasil
Com a disponibilidade do genoma de alta qualidade da alga marinha, os cientistas iniciaram as análises. Um deles manteve um clone de alga em um de seus tanques por mais de 17 anos, que serviu como ponto de calibração.
“Agora podemos usar essas ferramentas em corais em risco de extinção para criar medidas de conservação mais eficazes, algo urgentemente necessário com a onda de calor sem precedentes que ameaça os recifes de corais”, afirma Iliana Baums, professora Dr. de ecologia molecular no Instituto Helmholtz para Biodiversidade Marinha Funcional na Universidade de Oldenburg, na Alemanha.
Fonte: Galileu
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