A importância das florestas plantadas no futuro

As florestas, naturais e plantadas, ocupam menos de 30% da superfície terrestre e desempenham papel fundamental no fornecimento de diversos produtos, gerando um mercado da ordem de US$ 372 bilhões no mundo e mais de 60 milhões de empregos diretos e indiretos. Além disso, proveem produtos não madeireiros e importantes serviços ambientais, como a regulação dos ciclos hidrológicos, o controle da erosão e da qualidade dos solos, a conservação da biodiversidade, a provisão de 40% do oxigênio do planeta e a armazenagem de 66% de todo  o carbono terrestre, fundamental para reduzir os efeitos das mudanças climáticas no mundo.
As florestas plantadas têm participação considerável no fornecimento de madeira para a indústria. Apesar de ocupar menos de 7% da área florestal total do planeta, fornecem cerca de 50% dessa matéria-prima para fins industriais (FAO, 2015).
Projeções indicam que, se o padrão de crescimento populacional se mantiver, a população mundial deve atingir 9,1 bilhões de pessoas até 2050. Tal crescimento, somado às mudanças de poder aquisitivo, impulsionará a demanda de commodities; e o uso de energia total da biomassa pode duplicar ou até mesmo triplicar até 2050, a depender de políticas e mecanismos de incentivo a uma economia de baixo carbono e ao uso de energias renováveis.
Para atender a essa demanda – em um cenário de baixo carbono, energias renováveis e desmatamento líquido zero -, estudos indicam que serão necessários 250 milhões de hectares adicionais de florestas plantadas no mundo (aproximadamente a soma dos territórios da Alemanha, Finlândia, Noruega, Espanha, França e Itália). Isso porque, além dos usos convencionais, os investimentos em tecnologia e inovação abrirão as portas para um mercado mais amplo, que incorporará outros segmentos na cadeia produtiva florestal, incluindo as indústrias automobilística, farmacêutica, química, cosmética, aeronáutica, têxtil e alimentícia, entre outras.
Em um cenário de incentivos ao uso da bioenergia e das energias renováveis, o consumo mundial de madeira proveniente de florestas naturais e plantadas pode chegar a 8 bilhões de m³/ano em 2050.
Nesse cenário, o número de hectares de florestas plantadas em 2050 na América Latina será menor que o de outros continentes. No entanto, se considerada a alta produtividade dessas florestas – resultante dos significativos investimentos em melhoramento genético e práticas de manejo de intensificação sustentável-, a América Latina terá um papel de extrema importância no suprimento de energia, fibras, madeira e energia. Veja nos gráficos:
1 –
Expansão projetada de plantações de árvores (em milhões de hectares),
em um cenário de economia de baixo carbono e pressupondo perda zero de
florestas naturais após 2020. 
2- Considerando a produção já existente, mais as áreas adicionais de expansão propostas no cenário de baixo carbono.
Fonte de dados: IIASA Relatório Florestas Vivas
Fonte de dados: Indufor e Russian Federation.

Produtos derivados da madeira, desenvolvidos com alta tecnologia, logo estarão presentes no dia a dia das pessoas. Alguns exemplos:
Lignina:  substitui o derivado do petróleo (estireno), para formar o termoplástico, que é um plástico híbrido, moldável, fundível, renovável e pelo menos dez vezes mais resistente que o mais usado atualmente no mercado, o ABS (acrilonitrila butadieno e estireno).
Etanol: Etanol de segunda geração é uma molécula igual ao etanol comum, produzida a partir da cana-de-açúcar, da palha ou do pó e do resíduo de madeira, que são quase todos descartados. Algumas usinas já produzem esse etanol, o desafio é fazê-lo de modo eficiente e com menor custo.
Bioplásticos: Nova geração de plásticos renováveis, biodegradáveis, mais leves e resistentes que os polímeros convencionais. Podem ser utilizados pela indústria automobilística em peças à base de polipropileno injetado.
Nanofibras: Obtidas da quebra das fibras de celulose em nanocristais. Podem ser utilizados na produção de suplementos alimentares, embalagens comestíveis, cimento de alto desempenho e na indústria automobilística.
Tall Oil: Subproduto da fabricação de celulose de fibra longa. Alguns usos incluem: revestimentos de suprefícies, produtos asfálticos, desinfetantes, detergentes, aditivos para fluido de perfuração e colas para papel. 
Bio-óleos: os fragmentos de madeira são aquecidos em uma atmosfera sem oxigênio; o processo libera um gás que é condensado em um bio-óleo e tratado quimicamente. Pode ser utilizado como substituto ao diesel.

Leia também:
[DOWNLOAD] Guia Técnico de Restauração Ecológica com Sistemas Agroflorestais  Resultados da Indústria Florestal em 2016
[DOWNLOAD] Panorama sobre o desmatamento na Amazônia em 2016


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