A História do GREENPEACE

Imagem que representa a história do Greenpeace, Patrick moore e os demais fundadores da ONG juntos
Greenpeace – Década de 70 / Reprodução: Mundo das Marcas

O QUE É O GREENPEACE QUAL A SUA HISTÓRIA?

As atitudes sustentáveis ou em outras palavras, o uso consciente dos recursos naturais sejam renováveis ou não, é um dos primeiros passos para que possam ser reduzidos os problemas relacionados à impactos ambientais e à escassez de recursos naturais.

A redução de energia elétrica, consumo de água, a diminuição do desperdício de comida e o reuso ou reciclagem de recursos, são algumas das práticas sustentáveis que de fato podem ajudar na melhoria da qualidade de vida e manutenção da vida por um período maior no planeta. Porém, a tomada individual de atitudes sustentáveis, tendem a fazer pouco ou nenhum efeito perante a elevada carga de resíduos gerados e que tendem a crescer exponencialmente com o passar dos anos tendo em vista a escalada que a densidade demográfica vem fazendo nas últimas décadas. Por tanto, falar a respeito dessas ações sustentáveis, divulgando e ensinando como inserir essas atitudes no cotidiano das pessoas, se torna um fator essencial para a maior efetividade dessas ações.

Nesse sentido o GREENPEACE, tem como primícia, o ativismo ambiental, utilizando como ferramenta a publicidade de seus atos.

O Greenpeace é uma organização ambiental que existe porque o planeta e seus ecossistemas precisam de quem os defenda. A ONG tem cerca de 51 anos e já opera no Brasil a cerca de 30, denunciando e confrontando governos, empresas e projetos que incentivam a destruição da Amazônia e ameaçam o clima global! E Essa é a uma definição que você pode encontrar no próprio site da organização.

A HISTÓRIA

No final da década de 1960, Patrick Moore, um jovem estudante de Ph.D. na Universidade de Colúmbia Britânica, no Canadá. Que vinha estudando ecologia e outras ciências naturais e que já havia tomado conhecimento das preocupações a respeito do meio ambiente, tendo mudado sua forma de ver o mundo muito em função da Guerra do Vietnã e a corrida armamentista, dos Estados Unidos. Os Estados Unidos começavam a testar bombas de hidrogênio no Alasca e Moore juntou-se a um pequeno grupo que se reunia em Vancouver para planejar um protesto contra os experimentos. Iniciativa essa que ajudou a pôr um ponto final nos testes nucleares e firmou a existência da ONG Greenpeace, que tem o seu início datado em 1971.

No entanto algo mudou em cerca de uma década após a criação da ONG, pois ao que parece o ativista considerado um dos principais líderes da ONG, mudou de lado e montou outra organização, a Greenspirit, que diferentemente da primeira,  defende o desmatamento, o uso de transgênicos e a mesma energia que Moore ajudou a combater. Tudo em nome de causas ambientais e do avanço da ciência, segundo os relator do próprio Patrick em uma entrevista concedida à revista GALILEU. Onde afirma inclusive que o Greenpeace tem uma pauta que não ajuda em muita coisa!

Segundo Moore, no campo da mudança climática, por exemplo, o GREENPEACE prevê um desastre ambiental, o qual ele não acredita, e afirma  que apesar da elevação das temperaturas Globais desde a Pequena Idade do Gelo, há 500 anos. Era mais quente no período medieval, cerca de 1.000 anos atrás, do que é hoje e Mesmo que os seres humanos sejam  parte da causa do aquecimento, muitos dos impactos podem vir a ser positivos, especialmente em países mais frios como a Rússia, o Canadá e muitas nações européias.

Mas talvez o ponto mais importante seja o da necessidade de uma redução de 80% no consumo de combustíveis fósseis para estabilizar os níveis de CO2 na atmosfera, ponto o qual Moore acredita que seria a destruição da civilização como a conhecemos. Assim, é muito menos custoso nos adaptarmos ao aquecimento do que tentar preveni-lo.

Em outra ocasião, Moore também disse que viu a organização que ajudou a criar, se tornar uma força do mal. E, hoje, está ainda pior. Tendo se tornado um esquema de corrupção!

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Mas Patrick Moore não foi o único a iniciar essa Organização, pois ele fazia parte de um grupo de 12 Ativistas Ambientais, que em 1971, partiram em um barco pesqueiro de Vancouver, no Canadá para as Ilhas Amchitka, no Alaska com a intenção desse grupo era salvaguardar o meio ambiente e lutar contra a guerra nuclear. Assim, surgiu o nome do grupo: green, para representar a luta pelo meio ambiente, e peace, a paz entre os homens, que teve como seu primeiro ato de levantamento de fundos, a criação de um festival de rock, conseguindo assim fazer uma comoção local em prol do fim dos testes nucleares dos EUA, no entanto antes mesmo de chegar ao destino, a embarcação foi interceptada e os EUA realizaram suas experiências e detonaram uma bomba, porém a opinião pública viu esse ato com bons olhos, iniciando uma onda de protestos e pressão sobre o governo, que foi então obrigado a cessar os testes de artefatos nucleares daquela forma, sendo essa considerada a primeira vitória do Grupo, e segundo os críticos da ONG, o início da sua deturpação de valores.

Após essa primeira viagem, passaram a organizar protestos em outras frentes, sempre pautando as questões ambientais em diversas regiões do mundo. Grupos afiliados começaram então, a surgir em outros países e a fama da organização crescia a cada ano.

O Primeiro ato de comoção mundial do Greenpeace, contra a caça predatória de Baleias por Barcos Japoneses e Soviéticos
Greenpeace atuando contra a caça das Baleias por Japoneses e Soviéticos / Reprodução: Internet

Porém foi no ano de 1975, quando o Greenpeace elaborou a campanha que iria definitivamente consolidá-los no cenário mundial.

Os ativistas ampliam a luta e iniciam a empreitada contra a caça de baleias feita pelos japoneses e soviéticos no Oceano Pacífico e mais uma vez o grupo parte para a zona de conflito, dessa vez em pequenas embarcações e em maior numero.

Chegando no alvo, registram-se cenas históricas. Um pequeno grupo de jovens enfrentam barcos soviéticos gigantes que disparam arpões em sua direção. Eles gritam e se jogam na água, manobram os barcos para tentar ficar entre as armas e os animais, que fogem desesperados lutando para sobreviver.

Porém, assim como no primeiro protesto, o grupo de ativistas não consegue impedir o ato criticado de ocorrer, muitas baleias foram mortas e levadas pelos barcos pesqueiros aos portos de seus países. Independentemente do momento em que o mercado de óleo de Baleia se encontrava naquele contexto, o fato é que uma mensagem foi novamente enviada ao mundo! O meio ambiente estava com uma voz em sua defesa, e após esse novo ato, a voz ficou ainda mais forte, mais incômoda e não iria se calar!

O GREENPEACE NO BRASIL

The Greenpeace ship Rainbow Warrior leaves Rio de Janeiro for Santos, Sao Paulo, the next stop of her ship tour in Brazil.

No ano de 1992, Iniciam-se as atividades da ONG no Brasil, tendo em vista  a Histórica conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o desenvolvimento, Nomeada ECO-92, realizada no Rio de Janeiro, onde representantes de cento e setenta e oito países do mundo reuniram-se para decidir quais medidas tomar para conseguir diminuir a degradação ambiental e garantir a existência das gerações futuras.

As campanhas organizadas pelo Greenpeace no Brasil se baseiam em oito eixos temáticos:

  • Biodiversidade
  • Florestas
  • Oceanos
  • Agricultura
  • Cidades
  • Clima
  • Energia

Sendo nos últimos anos o eixo “Florestas” tendo bastante enfoque, devido as crescentes taxas de desmatamento, Emissão de CO², Invasões de terras indígenas e Garimpo Ilegal no país.

As recorrentes queimadas na maior floresta tropical do mundo – a Floresta Amazônica – tem preocupado não só os brasileiros, mas a população mundial.

Além das queimadas, o desmatamento já destruiu 20% da vegetação nativa da Amazônia, Isso sem falar que a localidade é lar de comunidades inteiras e berço dos povos indígenas.

Por isso, mais ações têm sido desenvolvidas com o intuito de tentar preservar esse ecossistema tão importante. Entre elas estão as campanhas Todos Pela Amazônia e a Salve o Coração da Amazonia.

A Luta não tem sido fácil, tendo em vista que o Brasil está entre os Cinco países que mais matam ativistas no mundo, pelo menos é isso que afirma o relatório da ONG Global Witness.

No ranking mundial, o Brasil somou 20 mortes em 2020, ficando atrás apenas da Colômbia (65 mortes), México (30) e Filipinas (29). De acordo com a pesquisa “Última linha de defesa”, 2020 foi o ano mais letal até então, desde o início do levantamento em 2012. Foram assassinadas 227 pessoas – média de quatro mortes por semana – enquanto tentavam defender seus territórios, o direito à terra, seus meios de subsistência e o meio ambiente. No Brasil e no Peru por exemplo, estima-se que três quartos dos assassinatos tenham ocorrido na região amazônica, enquanto os ativistas protegiam a floresta, entre casos famosos de ativistas brasileiros, temos o caso de Chico Mendes, que dá nome a um importante instituto de preservação e fiscalização do Governo Brasileiro e do qual temos vídeo aqui no canal falando a respeito, o da Missionária Dorothy Stang que completou 16 anos em 2021 e do Líder indígena Paulo Paulino Guajajara, morto por madeireiros em 2019 no estado do Maranhão, sendo esse líder, pertencente à Terra Indígena Araribóia.

O Greenpeace tem lutado ativamente na região amazônica, tendo emitido diversos relatórios e fazendo diversas denúncias relacionadas a exploração ilegal dos recursos naturais no território, sendo apoiada quase que em pé de igualdade com as críticas que recebe, parte disso, devido ao cenário de instabilidade política que o Brasil vem passando ao longo de duas décadas, sendo outra parte, devido aos escândalos que envolvem o nome da ONG feitas por empresas, Governos ou mesmo pelo já citado Patrick Moore, que agora é um poderoso combatente contra a Organização que ajudou a criar. Tendo, no entanto, o apoio de outro poderoso aliado, o Político e ativista que já foi Vice Presidente dos Estados Unidos da América Al Gore, que entre seus prêmios, conta com um Nobel da Paz, vencido em 2007, pelos seus esforços na construção e disseminação de maior conhecimento sobre as alterações climáticas induzidas pelo homem e por lançar as bases necessárias para inverter tais alterações. Conta também com o apoio da Renomada atriz, Jane Fonda que há décadas já é membro da Organização, entre outros hollywoodianos.

O Greenpeace tem uma atuação bastante contundente pelo mundo como já falamos aqui, e conta pra esse deslocamento, entre outros meios, com três embarcações que permitem  a eles, chegar aos pontos mais remotos do globo para flagrar crimes ambientais onde quer que ocorram, documentar a beleza de ecossistemas sensíveis e inspirar milhares de pessoas a agir em defesa do planeta, e entre esses barcos está o Esperanza, que é o maior da frota, com 72 metros de comprimento, tendo o inicio das suas atividades ocorrido em 2022, bastante utilizado em missões de cunho científico e que necessitem de agilidade, e quanto a esses navios ainda tem mais e mais polêmicas, desde a origem dos recursos pra aquisição quanto com as suas atuações , mas isso é tema pra um outro vídeo, e se vocês quiserem um vídeo ou tiverem alguma notícia relacionada que achem interessante que saibamos, deixem ai nos comentários.

O Fato é que entre Erros e acertos, Apoiadores e Críticos, o Greenpeace vem resistindo e mantendo a sua luta por um mundo melhor, em atos que saem da esfera da demagogia por muitas vezes, tendo ações concretas, por vezes questionáveis, mas ainda assim, com sua devida relevância, visto que os sinais desse esgotamento já são evidentes, se não pela escassez de recursos, talvez pelo mau uso e má distribuição deles.

Veja também nosso Webdoc em nosso canal do YouTube abordando esse tema;

 

Texto de Reure Macena 

Fontes:


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Reure Macena

Engenheiro Florestal, formado pela Universidade do Estado do Pará (UEPA), Especialista em Manejo Florestal e Auditor Líder - Sistema de Gestão Integrada (SGI). Um parceiro do Florestal Brasil desde o início, compartilhando conhecimento, aprendendo e buscando sempre a divulgação de informações que somem para o desenvolvimento Sustentável do setor florestal no Brasil e no mundo.

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