A História da Faber Castell

Sabe aquele castelo que ilustrava as caixas de lápis de cor que quase todo mundo tentava copiar quando era Criança?
A História da Faber Castell – Famoso castelo da familia Faber que foi inaugurado em 1906

Sabe aquele castelo que ilustrava as caixas de lápis de cor que quase todo mundo tentava copiar quando era Criança? E se eu te contar que esse castelo realmente existe e ate hoje tem uma grande importância na história de uma pequena oficina Alemã criada lá em 1761 e que hoje é um dos maiores conglomerados empresariais e líder no seu segmento no mundo?

AS ORIGENS DO LÁPIS

O Primeiro modelo de Lápis da História.

O lápis surge na Alemanha pela primeira vez em 1622 nas idéias e mãos de um artesão chamado Friedrich Staedtler que foi um dos mais importantes pioneiros nesse segmento. E em 1761 na aldeia de Stein, perto de Nuremberg, Kaspar Faber inicia sua própria oficina de produção de lápis na Alemanha.

Um aspecto importante de ser mencionado, é de que já se utilizavam instrumentos para marcar ou riscar superfícies antes do Lápis propriamente dito, como por exemplo, Barras de chumbo ou Carvão, porém com a descoberta de minas de grafite, isso foi evoluindo para o que conhecemos como lápis, sendo inicialmente feito com Ripas de madeira como apoio à pequenas barretas de grafite, uma forma bem rústica mas que foi a concepção do produto que temos atualmente.

Um fator Decisivo para o desenvolvimento da indústria de lápis na Alemanha foi a ação revolucionária para aquela época de Lothar von Faber – bisneto de Kaspar Faber, e que se tornaria conselheiro real no século XIX. Através de Lothar von Faber a região de Nuremberg desenvolve-se como o centro da produção de lápis na Alemanha com o início de um processo mais parecido com o industrial. E Isso foi uma revolução para esse segmento de manufaturados, visto que o conselho de Nuremberg já havia proibido a produção do lápis por um único profissional, pois a produção utilizava a Grafite, vista como uma especialidade, o corte das hastes de madeira, mais uma especialidade e somente após isso, a confecção do produto por um artesão. Porém Friedrich Staedtler que tinha idealizado o produto décadas antes, seguiu sendo o responsável pela produção integral, não separando as etapas de produção, entre cortadores de grafite e marceneiros, estando então, em desacordo com o conselho de Nuremberg. E  ainda que suas ações  violassem diretamente as normas do Conselho, sua forma de atuar preparou o terreno para o resto da profissão e abriu espaço para novos empreendedores.

Mas voltando à história dos Faber, quando tratamos de Lothar Von Faber, já estamos em um grande salto temporal, passando inclusive  pelo Filho de Kaspar Faber, Anton Wilhelm que assumiu os negócios e responsável pelo primeiro nome da empresa A. W. Faber, considerando para o nome, as iniciais de seu nome!   

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E passamos também pelo Neto de Kaspar, Georg Leonhard Faber, que faleceu precocemente entregando naquele momento, uma empresa em crise e declínio devido o período de crise politico- econômica que a Alemanha passava, ao  bisneto de Kaspar!

Sendo assim houve a transferência administrativa da A.W. FABER, para seu filho Lothar von Faber, um jovem que na época tinha apenas 22 anos. Porém, Lothar precisava de soluções para manter o progresso do patrimônio familiar.

Então ele estabeleceu o que hoje conhecemos como a visão da empresa!

Daquele momento em diante a A.W. Faber não seria mais apenas uma singela oficina, mas sim uma organização comprometida com Seu lema e objetivo: [trad.: Alcançar a posição mais alta e produzir os melhores produtos do mundo] “Erreichen sie die höchste position und produzieren sie die besten produkte der welt”,.

A partir de 1839 ocorre um aperfeiçoamento do chamado processo de fabricação do grafite, que passou a contar com a adição de argila; uma invenção quase paralela à do francês Conté e do austríaco Hartmuth , datadas do final do século XVIII. A partir de então, A argila e A grafite eram moídas  e misturadas até formarem uma massa homogênea, eram feitas então as pequenas varas e que depois eram queimadas e estavam prontas para inserção na madeira, isso proporcionou um lápis menos quebradiço e preciso.

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Van-Gogh

Após revisar e reposicionar o negócio, Lothar criou um novo produto: O lápis hexagonal e de tamanho padronizado em embalagens mais sofisticadas, após ter um insight de que isso resolveria o problema dos lápis tradicionais arredondados que rolavam em superfícies planas que tinham algum desnível, além de chamar a atenção de clientes exigentes que abriram os olhos para esse produto diferenciado, esse produto de altíssima qualidade e refino foi então o primeiro no qual foi timbrada as iniciais da empresa A.W. Faber, dando origem ao primeiro instrumento comercializado com marca registrada na história, se destacando de imediato dos demais concorrentes, sendo elogiado em 1883, inclusive pelo Famoso Pintor Van Gogh, que exaltou os tons escuros e maciez do produto a um amigo.

Foi então quando o visionário e corajoso, quarto herdeiro da Familia Faber, decidiu modificar e sabiamente, expandir os horizontes da marca, afinal se não havia como modificar o caótico cenário em que a Alemanha estava imersa naquele contexto,  a melhor solução era deixar esse mercado e buscar novos, mundo afora.

Foi então que em 1843 Lothar, inaugurou um escritório de vendas em Nova Iorque, dando início a venda dos produtos com a marca A.W. Faber na terra do Tio Sam. Seis anos após esse salto,  ele inaugura também a primeira subsidiária estrangeira da empresa no país.

Atuação mundial da Faber -Castell

O sucesso da subsidiária possibilitou a expansão da empresa para outras cidades importantes na época, como; Paris, Londres, Viena e São Petersburgo tornando assim, a A.W Faber, uma empresa global.

Para padronizar os produtos ao redor do globo, em 1851 Lothar determinou a rigidez e espessura que cada lápis deveria ter, otimizando assim os processos produtivos.  O modelo considerado inovador foi posteriormente copiado por todos os outros fabricantes do setor.

Somado a isso por volta de 1860 iniciou-se também a fabricação de borrachas pela empresa, o que em pouquíssimo tempo já solidificou a imagem da dupla dinâmica que são utilizados até hoje!

Em 1898, Ottilie von Faber, neta de Lothar von Faber se casou com Alexander zu Castell-Rüdenhausen, herdeiros de um dos sobrenomes nobres mais antigos da Alemanha.

Porém, seu avô Lothar não queria que a neta perdesse o nome da família após o matrimônio. Para resolver o problema foi criado um novo sobrenome: Faber-Castell, denominação que além de atender ao pedido do avô acabou se tornando o novo nome da indústria.

A TECNOLOGIA DA FABER-CASTELL

Pouco depois do término da Segunda Guerra Mundial, em 1948 a empresa  lançou as primeiras lapiseiras voltadas para o desenho técnico, as quais apresentavam grafites com diâmetro milímetros.

Nos anos seguintes a Faber-Castell ampliou o seu mercado para a Oceania e América Latina, onde passou a produzir outros instrumentos voltados para desenho e pintura, como marca-textos e canetas esferográficas.

Em 1993 ocorreu o realinhamento do Grupo Faber-Castell levou a ascensão mundial da marca alemã. O foco principal foi revisar a imagem e comunicação da marca em escala mundial, para isso foi fundamental re-adquirir os direitos autorais sobre a marca nos EUA, os quais haviam sido perdidos como resultado da Segundo Guerra Mundial, que inclusive tirou da empresa nesse período o famoso castelo que foi inaugurado em 1906, e que foi confiscado pelo governo Alemãoo durante o período da guerra em 1939. Ainda sobre o registro da marca,  nos Estados unidos a marca é a mais antiga, ainda em atividade.

Já no Brasil, a empresa iniciou suas atividades em 1930 quando adquiriu uma nova subsidiária na cidade de são carlos, e hoje as atividades no brasil, são responsáveis por mais de um terço do faturamento global da empresa.

NOVOS MERCADOS

Nos anos 2000 a empresa passou a investir em brinquedos educativos, além de novas tecnologias mais seguras para crianças pequenas. Um exemplo disso é o Lápis Max, que aposta na nanotecnologia para oferecer um grafite mais macio e resistente.

A última empreitada é a entrada no setor de cosméticos, apostando na variabilidade de cores, apesar da Faber-Castell já fornecer subprodutos usados em sombras e lápis faciais, essa é a primeira vez que esses produtos serão assinados oficialmente com o nome da marca.

Em uma era em que o branding é essencial para o sucesso de qualquer marca, por se tratar de um produto que envolve o uso de recurso naturais para a sua criação, não basta apenas ser a marca top of mind, é preciso cuidado para não esgotá-los e prejudicando assim a própria fonte de matéria prima da empresa.

Para solucionar o problema, parte da madeira utilizada na confecção de lápis vem de áreas de reflorestamento no Brasil. A Faber-Castell Brasil é a única empresa no mundo a trabalhar exclusivamente com madeira reflorestada certificada pelo FSC®: este projeto teve início nos anos 80, na cidade de Prata (MG), onde a empresa fomentou o plantio para a produção dos chamados  Ecolápis em terras que estavam devastadas e impróprias para a produção agrícola, essas áreas passaram por um programa de recuperação e hoje são  responsáveis pela produção de cerca de 1.9 Bilhão de Eco Lápis por ano.

E vale ressaltar que em estudo científico realizado pela associação de inspeção técnica alemã TÜV Rheinland® confirmou que as florestas da Faber-Castell no Brasil absorvem cerca de 900 mil toneladas de carbono a mais do que emite. Isto significa que essas áreas retêm consideravelmente mais CO2 do que a empresa emite em todo o mundo.

A Faber-Castell é um exemplo de empresa que conseguiu manter o compromisso de fabricar produtos de alta qualidade sem deixar de arcar com a responsabilidade ambiental e no site oficial da Faber-Castell você pode encontrar várias informações sobre as fabricas brasileiras, sobre os parques florestais e  sobre a preservação da nossa fauna e flora nativa, trazendo à tona um dos principais fatores de sucesso da marca.

Há quase quatro décadas, a especialista em instrumentos de escrita Faber-Castell vem operando suas próprias plantações de árvores para a produção de lápis no sudeste do Brasil, no estado federal de Minas Gerais. Estas florestas são certificadas pelo FSC, sendo assim manejadas de forma ecológica e socialmente compatível, administrando uma área total de cerca de 10.000 hectares de floresta de pinheiros – o equivalente a 14.000 campos de futebol.

Atualmente a empresa esta localizada nos 5 continentes, comportando em média seus 8.000 trabalhadores, levando mais cor e alegria para milhões de pessoas ao redor do mundo.

E então, você sabia de todas essas informações sobre essa marca que é conhecida no mundo inteiro?

Links e Referências: Faber Castell (YouTube)Staedler, Projeto Draft, Economia.UOL


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Reure Macena

Engenheiro Florestal, formado pela Universidade do Estado do Pará (UEPA), Especialista em Manejo Florestal e Auditor Líder - Sistema de Gestão Integrada (SGI). Um parceiro do Florestal Brasil desde o início, compartilhando conhecimento, aprendendo e buscando sempre a divulgação de informações que somem para o desenvolvimento Sustentável do setor florestal no Brasil e no mundo.

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