A Grande Muralha Verde Africana é um projeto extremamente ambicioso proposto no ano de 2007, que consiste, basicamente, em plantar uma quantidade inumerável de árvores ao longo de uma linha de 8 mil quilômetros de extensão e 15 quilômetros de espessura, o que resulta em uma área plantada de 100 milhões de hectares na região do Sahel, entre o Saara e a savana do Sudão.
Esse esforço colossal tem uma razão: A grande muralha verde é, basicamente, a única coisa que pode impedir a expansão do deserto do Saara para o Sul. Em apenas 15 anos, as mudanças climáticas causaram uma série de eventos extremos de chuva, deslizamentos, estiagem e incêndios que devastaram e desertificaram regiões antes ricas em flora e fauna. A expansão do deserto para além dessas regiões pode ainda arruinar a economia e a vida em diversos países africanos.
Enquanto 65% do Sahel já está completamente degradado, 80% da sua população ainda depende da agricultura para sobreviver. Essa iniciativa será capaz de restaurar terras degradadas, ajudar os habitantes a produzir alimentos novamente, criar empregos, impedir imigrações e promover a paz entre os povos da região. Mas além disso, ainda há outros efeitos possíveis.
Os efeitos climáticos severos que a Grande Muralha Verde causará
De acordo com simulações climáticas recentes, o projeto pode alterar fortemente o clima em toda a região. A precipitação dentro do Sahel vai dobrar em volume, e as temperaturas médias no verão vão diminuir em 1,5°C, efeitos que se estendem também até o mediterrâneo. Com essa barreira, no entanto, as temperaturas nas partes mais quentes do deserto se tornarão ainda maiores.
Isso acontece porque a iniciativa causará mudanças na intensidade e na localização das monções da África Ocidental. A vegetação no local ajudará a criar um imenso reservatório de umidade, capaz de alimentar as chuvas da monção.
Além disso, as plantas criam uma superfície de terra mais escura, que muda completamente a dinâmica de absorção e reflexão de radiação solar em todo Sahel. O resultado, em termos técnicos, é uma diferença maior de pressão atmosférica e, consequentemente, uma intensificação dos ventos de monção.
É claro que os impactos climáticos da Grande Muralha Verde ainda precisam de estudos mais aprofundados, devido principalmente a sua escala colossal. No entanto, até o momento, tudo indica que as mudanças serão altamente benéficas para os povos do norte Africano e até mesmo da Europa mediterrânea.
No momento, apenas 15% da meta atual foi alcançada, especialmente por conta da falta de fundos e de financiamento. Ainda assim, governos africanos estão comprometidos em tentar restaurar os 100 milhões de hectares de terra até o ano de 2030.
Fonte: Tempo.
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