A Amazônia registrou a perda de mais de 394 mil hectares de floresta devido à exploração madeireira

Entre agosto de 2021 e julho de 2022, houve uma exploração de 394.617 hectares de florestas nativas com propósitos madeireiros na Amazônia, indicando um aumento de 4,5% em comparação com o período anterior (377 mil hectares). Essas estatísticas fazem parte do Mapeamento da exploração madeireira na Amazônia, conduzido pelo Sistema de Monitoramento da Exploração Madeireira (Simex), uma rede composta pelas organizações Imazon, Idesam, Imaflora e ICV.

Invasões de terras públicas criam novo polos de desmatamento na Amazônia — Foto: Skitterphoto / Pixabay

Ao analisar a legalidade, constatou-se que, durante esse período, 73% (288.140 hectares) da área de extração de madeira foram explorados mediante autorização de órgãos competentes, enquanto 27% (106.477 hectares) ocorreram de maneira não autorizada. A maioria dessas atividades não autorizadas (60,9%) foi identificada em propriedades rurais cadastradas, seguidas por terras indígenas (19,5%).

O estado do Mato Grosso liderou em registros de exploração não autorizada, representando 65,8% do total, com nove das dez cidades e áreas protegidas principais nesse quesito. Colniza foi o município com o maior número, totalizando 12.610 hectares, seguido por Aripuanã (8.584) e Nova Ubiratã (6.374).

No que diz respeito às áreas protegidas, a Terra Indígena Aripuanã (MT) ocupou o primeiro lugar no ranking, com 5.729 hectares. Em segundo lugar ficou a Terra Indígena Parque do Xingu (MT), com 3.761 hectares, seguida pela Terra Indígena Parque do Aripuanã (MT), em terceiro lugar, com 2.282 hectares.

Serrarias móveis têm sido utilizadas por madeireiros | Florestal Brasil

Destacam-se como exceções a cidade de Paragominas (PA), classificada em 7º lugar com uma extração de madeira de 4.167 hectares, e a Terra Indígena Amanayé, também no Pará, que ocupou o 10º lugar entre as áreas protegidas, totalizando 928 hectares.

Os demais estados mais explorados foram o Amazonas (2º lugar, com 50.448 hectares, representando 12,8% do total), o Pará (3º lugar, com 38.552 hectares, representando 9,8% do total), o Acre (4º lugar, com 25.667 hectares, representando 6,5%), Rondônia (5º lugar, com 8.659 hectares, representando 4,7%) e Roraima (6º lugar, com 1.671 hectares, representando 0,4% do total).

Uma reportagem do ((o))eco destaca que, apesar do aumento total na exploração madeireira na Amazônia, a área retirada sem autorização diminuiu em 25%, totalizando 106 mil hectares, equivalente ao tamanho da cidade de Belém. Mato Grosso e Pará, líderes no levantamento, reduziram seus índices em 6,3% e 32,5%, respectivamente.

Exploração Sustentável na Floresta Nacional do Jamari

Entretanto, outros estados avaliados contribuíram para um aumento geral. O maior aumento ocorreu no Amazonas, onde a exploração passou de pouco menos de 15 mil hectares para mais de 50 mil, representando um aumento de 236,9%. O Acre, por sua vez, aumentou de 10 mil para 25 mil hectares.

Conforme aponta o estudo, os riscos associados à ilegalidade são significativos. “Sem um manejo florestal sustentável, a extração ilegal de madeira pode levar à degradação da floresta, tornando-a mais propensa a incêndios e à perda de biodiversidade, além de representar um maior risco de conflitos fundiários e de deixar de gerar empregos formais e renda”, conclui o relatório.

Fonte: Um só Planeta


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Arthur Brasil

Engenheiro Florestal formado pela FAEF. Especialista em Adequação Ambiental de Propriedades Rurais. Contribuo para o Florestal Brasil desde o inicio junto ao Lucas Monteiro e Reure Macena. Produzo conteúdo em diferentes níveis.

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