3 fatos essenciais sobre o bioma Mata Atlântica

A Mata Atlântica é um bioma exuberante, rico e único, com suas florestas nativas e diversos ecossistemas associados, como manguezais, vegetação de restingas, campos de altitude e brejos. Além disso, é o lar de inúmeras espécies de animais. Este bioma se estende por 17 estados brasileiros, cobrindo cerca de 15% do território nacional, principalmente ao longo do litoral, desde o Piauí até o Rio Grande do Sul. Por abranger diferentes regiões, a Mata Atlântica apresenta variações na fauna, vegetação, solo, relevo e clima, mas também possui elementos comuns em todas as suas áreas, conforme explicado pela Fiocruz.

Devido à sua localização predominantemente litorânea, a Mata Atlântica foi o primeiro bioma ocupado durante o período colonial e é onde se concentra a maior parte da população brasileira: 72% dos brasileiros vivem nessa região. Consequentemente, é também um dos biomas mais desmatados, com apenas cerca de 24% de sua vegetação original remanescente, segundo o Mapbiomas.

Destacamos três aspectos principais da Mata Atlântica, incluindo suas características, situação atual em relação ao desmatamento e preservação.

1 – Ocupação Inicial da Mata Atlântica:

No início do século 16, quando os primeiros colonizadores portugueses chegaram ao Brasil, a Mata Atlântica cobria mais de 1 milhão de km². Durante o período colonial, as florestas começaram a ser desmatadas para plantações de cana-de-açúcar, algodão e café, além da criação de animais. A urbanização subsequente agravou a situação, com muitas cidades, incluindo grandes capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife, se desenvolvendo onde antes existia a Mata Atlântica, conforme informado pela Embrapa.

2 – Características da Fauna e Flora:

De acordo com o site InVivo da Fiocruz, a Mata Atlântica abriga cerca de 260 espécies de mamíferos, 620 de aves, e 260 de anfíbios, além de muitos répteis e insetos. Muitos dos animais ameaçados de extinção no Brasil, como o mico-leão-dourado, vivem neste bioma. Outros animais típicos incluem o bicho-preguiça, furões e o muriqui-do-Sul, além do jacaré-do-papo-amarelo e a cobra coral entre os répteis, e aves como o pica-pau, a jacutinga e o gavião. A vegetação varia desde árvores altas como o manacá-da-serra e o guapuruvú, até áreas arbustivas com espécies como a jabuticabeira, a palmeira-juçara, o jatobá e o ipê, além de gramíneas, ervas e musgos.

3 – Situação Atual do Desmatamento:

A ocupação territorial e o desenvolvimento urbano resultaram em uma perda significativa da vegetação original da Mata Atlântica ao longo dos séculos. Segundo o relatório de 2022 do Mapbiomas, estados como Piauí, Ceará, Bahia e Santa Catarina ainda possuem uma maior cobertura nativa. Dados de maio de 2024, divulgados pela SOS Mata Atlântica e apoiados pela Agência Brasil, mostram que o desmatamento no bioma teve uma redução na área contínua, mas aumentou em fragmentos isolados e áreas de transição entre 2022 e 2023. O desmatamento diminuiu especialmente na região contínua do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, mas aumentou nas áreas de transição próximas ao Cerrado e à Caatinga. Segundo o Atlas da Mata Atlântica, coordenado pela SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento caiu de mais de 20 mil hectares em 2022 para 14,6 mil em 2023, uma redução de 27%.

Fonte: National Geographic